quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

POMPEII - Um romance... Um filme?


Aproveito para vos falar do último livro que acabei de ler. Não digo o último livro que li, porque tenho o estranho de começar vários livros e de os intercalar ao mesmo tempo... Enfim, uma barafunda. Neste momento, tenho "Moby Dick" do grande Hermann Melville (uma obra de peso, com um certo grau de dificuldade na sua leitura...) e "O Quase Fim do Mundo" de Pepetella (ainda só li as primeiras vinte páginas, mas começa muito bem).

Portanto, o livro de que vos vou falar é "POMPEII" de Robert Harris. Esta é a história do jovem engenheiro Marcus Attilius Primus, que é incubido de ir a Pompeia descobrir o que é que está a impedir a água de correr pelo aqueduto "Aqua Augusta" por várias cidades, incluindo aquela em que está colocado. A história passa-se nos dias anteriores à erupção do monte Vesúvio, em 24 de Agosto de 79, ano em que nenhum romano imaginava que aquela oponente montanha era de facto um vulcão prestes a rebentar. O que torna esta história interessante é a forma como tudo nos é apresentado. Passo a explicar.

Robert Harris é um jornalista e, como tal, fez uma extensa pesquisa para escrever esta incrível história com a maior credibilidade e realismo. Do início ao fim do livro, sabemos o que vai acontecer e o autor espicaça-nos os nervos narrando-nos a história de personagens fictícias (à excepção do grande Plínio) que não fazem ideia do perigo que estão a correr. Ao contrário do que eu penso dos livros de José Rodrigues dos Santos, o livro tem um ritmo regular e intenso e as personagens são interessantes e prendem-nos à história. Sinceramente, não me interessa se o Professor Tomás Noronha pode ser abatido a tiro. Porém, quando estava a ler POMPEII, quase rangia os dentes temendo o que podia acontecer a Attilius, se ia sobreviver à erupção, se ia ser um mártir ou um herói, se seria capaz de salvar Corelia ou se morreriam ambos, sendo encontrados no século XX enterrados sob as cinzas. Todo tipo de hipóteses ameaçadoras passavam pela minha cabeça, enquanto esfolheava as páginas insanamente. O final não é tão previsível como podem pensar, mas isso deixo ao critério de cada leitor.

O autor escreveu também a adaptação cinematográfica deste livro e ofereceu-a ao espectacular realizador Roman Polansky (vencedor do Oscar por "O Pianista), que recentemente esteve envolvido em polémica quando foi preso na Suíça por ter supostamente abusado de uma menor em 1977, depois da sua mulher grávida, a estrela de cinema Sharon Tate, ter sido brutalmente assassinada pelo clã diabólico liderado por Charles Branson, em Agosto de 1969, enquanto Roman estava ocupado a filmar o "diabólico" "Rosemary's Baby". A vida deste homem também dava um filme tão perturbado e aterrador como os seus próprios filmes... Continuando! Roman Polansky adorou o guião de Pompeia e meteu logo mãos à obra para o levar à grande tela. Como nunca mais regressou aos EUA desde que foi acusado de abuso sexual, também este filme seria rodado na Europa, mais especificamente na Espanha, e custaria cerca de 100 milhões de dólares, transformando-se na produção europeia mais cara de sempre. Até havia rumores de que Orlando Bloom interpretaria Attilius e Scarlett Johanson seria Corelia. Todavia, apareceu a greve dos actores e desistiram do filme. E o guião de POMPEII foi para a gaveta e Roman Polansky, que tinha gostado tanto de trabalhar com Robert Harris, decidiu adaptar outro livro deste escritor "The Ghost", chamando ao filme "The Ghost Writer". Tudo bem até ao momento em que Roman Polansky foi preso em Setembro de 2009 e as filmagens, que contam com Pierce Brosnan e Kim Catrall, tiveram que se adiadas por tempo indefinido.

E pronto! POMPEII daria um excelente filme nas mãos destes dois senhores. Não o duvido. Eu comprei o livro sem saber nada sobre ele. Apenas que se tratava de uma história sobre a erupção do Vesúvio e a destruição de Pompeia. Por mero acaso, comprei por 5 euros um óptimo livro que se lê de um fôlego, aborda temáticas como a escravatura, a homossexualidade, o extremismo religioso, uma deliciosa analogia entre o majestoso Império Romano e os actuais EUA, ambos tão grandiosos e ignorantes do perigo até ao momento em que ele lhes bate à porta, e tantas coisas sobre os romanos daquela época que nós nem imaginávamos, com uma grande credibilidade e uma história verdadeiramente coesa e empolgante. Não se limita a ser a simples história de uma catástrofe! Nem sequer é um dramalhão melodramático! Tem sumo! Enquanto o lia não conseguia deixar de pensar que daria um excelente filme. E quando decidi pesquisar mais coisas sobre o escritor, para ficar a conhecer a sua reputação e outros livros dele, descubro que este foi um dos muitos romances que Quase se transformaram em filmes... Pode ser que um dia Roman Polansky volte a tirar o guião da gaveta e lhe limpe o pó. E pode ser que o Orlando e a Scarlett ainda sejam interessantes e continuem interessados em andar de túnica e sandálias. Que grande filme vai ser! Há-de ser, com certeza!

2 comentários:

  1. TU, nasty little person q tens tempo pa acabar um livro, ver filmes, escreveres sobre eles, entrar na cabeça da dona antonieta e ainda aturares amigas como eu... QUERO ESSE LIVRO! emprestado la está mas quero ;) ***

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  2. LOL. só tenho esse tempo todo porque desperdiço o tempo que devia usar para estudar, preparar-me para o estágio e fazer o projecto. LOL. mentira. acabei de ler o livro no comboio a caminho de casa e fui lendo às 10 páginas de cada vez... no metro... antes de adormecer... Mas sim. Pensando bem, tenho esse tempo todo pk não me aplico na escola. e depois entro em parafuso e stresso...

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