segunda-feira, 17 de maio de 2010

Great Expectations - Inception

Oi pessoal!

Aqui fica o mais recente trailer de um dos filmes mais aguardados deste ano. Realizado por Christopher Nolan, cada vez mais reputado pelos seus filmes - o fantástico "Memento" (que lançou a sua carreira), Insomnia (sobre o qual já falei na rúbrica "Ensaio sobre a... Insónia"), "The Prestige", "Batman Begins", "The Dark Knight - O Cavaleiro das Trevas" - e com um elenco de luxo, repleto de actores topo de gama, quase todos eles oscarizados ou nomeados (Leonardo DiCaprio, Marion Cotillard, Ellen Page, Ken Watanabe, Joseph Gordon-Levitt, Tom Berenger e os já habituais Cillian Murphy e Michael Caine). Podia escrever até me fartar sobre estes actores. Em vez disso, vou deixar-vos pesquisar sobre eles se estiverem muito interessados. Se não, poupo-vos a um massacre.

O argumento permanece no silêncio dos deuses. O máximo que se sabe é o que nos é revelado pelo trailer: num futuro não muito distante a tecnologia possibilita o acesso aos sonhos das pessoas. E a corrida a algo desta magnitude, capaz de roubar ideias e usá-las para benefício alheio, torna-se uma guerra surreal pela supremacia sobre a mente humana.

A mim, cheira-me a novo mega-sucesso para Christopher Nolan, capaz de superar o seu último capítulo das aventuras de Batman, e parece-me possível que seja mais um marco na história do cinema, pelo menos do ponto de vista tecnológico, visto que este é mais um filme (à semelhança de "Avatar") que tenta derrubar e superar as barreiras do imaginário humano e do que é possível ver e viver no cinema. Estes filmes, apesar de serem comerciais como tudo, devem ser aplaudidos, porque não são fast-food. São a combinação perfeita de negócio e arte, capaz de arrastar multidões.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Great Expectations - 'Piranha 3D'

Hey Pessoal! Eu sei. Os últimos filmes que critiquei já quase nem estão nos cinemas, e eu já vi outros entretanto. No entanto, a vida tem andado um bocado... ocupada. Sendo assim, aqui fica o trailer de um mais um filme de terror de baixa qualidade para vos apimentar o apetite. Uma imitação descarada do primeiro "Tubarão", com a espectacular Elizabeth Shue (nomeada ao oscar por "Viver e Morrer em Las Vegas") que por alguma razão nunca conseguiu alcançar grande prestígio no cinema e se reduziu a aparecer em filmes de qualidade duvidosa... como este. De qualquer forma, estes filmes costumam ser divertidos e ver esta actriz (que, além de linda, é talentosa) é sempre um prazer. Preparem-se... Sol, praia, biquinis e... Blood! Lot's of it!

terça-feira, 4 de maio de 2010

Great Expectations - 'Splice'

Este trailer é o de um filme chamado "Splice", do grande Guillermo del Toro, realizador de "Hellboy" e "O Labirinto do Fauno", protagonizado pelo oscarizado Adrien Brody ("O Pianista"; "King Kong") e por Sarah Polley ("Dawn of the Dead - O Amanhecer dos Mortos", nomeada ao óscar pelo argumento do belíssimo "Away From Her - Longe Dela", que também realizou). É um filme de ficção-científica bastante negro (como não podia deixar de ser, tendo em conta o historial do realizador), com requintes de Terror. A narrativa desenvolve-se à volta de um dos meus temas preferidos - a investigação genética e a clonagem. Os dois protagonistas são dois jovens investigadores que decidem quebrar barreiras e criar um híbrido a partir de DNA humano e animal, criando uma bela, mas perigosa, criatura.

Ainda não tem estreia prevista para Portugal, mas estreia em Junho nos EUA e conforme as suas receitas, pode ser que não demore muito a passar por cá. De qualquer forma, podem ficar a saber que fará parte da selecção oficial do Sitges, festival de cinema em terras de nuestros hermanos.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

The Blind Side - Um Sonho Possível


De repente, fez-se justiça. Sandra Bullock foi recompensada pela sua longa e bem orientada carreira. Pode-se dizer que os seus únicos fracassos foram os terríveis Speed 2 e Miss Detective 2, ambos sequelas dos seus maiores êxitos. Também se pode dizer que a sua melhor performance até este filme foi na pele daquela mulher brava e furiosa contra os imigrantes americanos em "Crash - Colisão" de Paul Haggis, vencedor do oscar de melhor filme em 2004. E também se pode dizer que "The Blind Side" (detesto o título português, que podia muito bem ser "O Ângulo Cego" em vez deste piroso "Um Sonho Possível") foi o veículo perfeito para uma grande actriz mostrar o seu verdadeiro valor. No mesmo ano, teve dois filmes a ultrapassarem os 200 milhões de dólares - o hilariante "A Proposta" e este "The Blind Side", venceu um Razzie pelo "All About Steve" (parece que o filme é tão mau que nem estreia em Portugal) e um oscar logo no dia seguinte. Venceu também um Globo de Ouro e beijou Meryl Streep na boca em frente ao mundo todo, divorciou-se e adoptou uma criança... Sandra Bullock está imparável.
Regressando ao filme, este conta a história verídica do jogador de futebol americano Michael Ohern (interpretado pelo desconhecido Quinton Aaron), antes de se tornar uma estrela, quando vivia abandonado e pobre, que é praticamente adoptado por Leigh Ann Touhy (a personagem de Sandra Bullock) e pela sua família.
Se me perguntarem por que é que o filme foi um dos 10 nomeados ao oscar de melhor filme do ano, só posso dizer que foi pela história e pelos estrondosos e surpreendentes resultados na bilheteira. Porque o filme não é tão bom quanto isso. Tem uma óptima história, sobre a vida real e personagens reais, com óptimas interpretações de todos os actores, fala-nos da bondade humana, mas fica por aí. Não tem mais nada de especial. O realizador limita-se a mostrar-nos isto tudo. Se em vez deste John Lee Hancock por detrás das câmaras tivéssemos um Steven Soderbergh, talvez este filme fosse realmente um grande filme, como "Erin Bockovich" foi para Julia Roberts quando também ela venceu o merecido oscar. Assim... É só um filmezinho bonito que nos entretém confortavelmente com uma história bonita durante duas horas, sem nunca nos tocar no coração.
"The Blind Side" foi o veículo para Sandra Bullock interpretar de forma espectacular uma mulher forte e interessante. Ninguém diz que não a Leigh Ann Touhy. É uma mulher rica, mas generosa, com uma punho de aço e um coração de ouro. Não é fácil interpretar alguém assim. Sandra Bullock conseguiu-o. E por isso (quase só por isso), vale a pena ver este filme.

Alice in Wonderland - Alice no País das Maravilhas

Tim Burton está de volta com um dos maiores sucessos (comerciais) da sua carreira. Este filme, em parte por causa da moda do 3D, que torna os bilhetes de cinema incomportavelmente caríssimos, já atingiu os 880 milhões de dólares em todo o mundo. Claro que essa não é a única razão. O filme é brilhante. Desprende-se da história original de Lewis Carroll com muita subtileza e inteligente, transportando Alice para o início da idade adulta, em que é confrontada com todos os enigmas da adolescência e as decisões que vão definir toda a sua vida futura. Uma idade muito mais interessante do que a da Alice mais infantil da história original, em que a miudinha parecia só uma bonequinha espertinha que andava perdida num mundo de fantasia. Assim, a história deixa de ser infantil e passa a ser quase uma metáfora do desatino e confusão que é a transição para a idade adulta.
Este filme tem uma qualidade irrepreensível na forma como nos transporta para todo aquele imaginário. É Tim Burton puro. As criaturas, as cores, as personagens, as roupas, todas as cenas de acção e alienação. É tudo extravagante e perfeito na sua loucura. A direcção artística, como em todos os filmes deste realizador, é soberba. Assim como os actores.
Helena Bonham Carter continua a ser uma das minhas actrizes preferidas, desde que vi "Clube de Combate" de David Fincher. A forma como ela se transforma em qualquer personagem é incrível. O seu casamento com Tim Burton é das melhores coisas que lhe podia acontecer, porque desde que representou aquela macaquinha (mais humana do que o único humano naquele Planeta dos Macacos - Mark Wahlberg em piloto automático) teve acesso a um número infinito de personagens extraordinárias que mais nenhum outro realizador lhe poderia dar. Assim, esta Rainha de Copas é extraordinária: Divertida, assustadora e humanizada. Por detrás do seu autoritarismo impiedoso, está uma cabeçuda que sofre por ser diferente.
E, da mesma forma que uma das melhores parcerias do cinema é a de Leonardo DiCaprio com Scorsese, pode-se dizer o mesmo da formada por Johnny Depp e Tim Burton. Estes dois fazem os seus melhores trabalhos quando estão juntos. A criatividade e loucura de ambos juntam-se para criarem coisas maravilhosas. E este Chapeleiro Louco, por cheirar tanta cola tóxica enquanto fazia os seus famosos chapéus, é mais uma personagem incrível para acrescentar ao seu extenso repertório composto por piratas, assassinos e outros que tais, todos incompreendidos nos filmes em que habitam.
Concluindo, Mia Washikowska é a actriz perfeita para representar esta Alice no País das Maravilhas. Parece ter nascido para este papel, o que lhe pode vir a limitar a carreira, por ser tão jovem e bela, e a conseguirmos ver tão facilmente nos papéis mais inocentes. Anne Hathaway continua a libertar-se desse mesmo estigma, deixando a princesinha da Disney para trás e abordando personagens cada vez mais adultas e fazendo desta Rainha Branca uma representação da Bondade completamente ganzada. Não tenho outra forma de descrever a forma alienada (e original) com que esta actriz abordou o papel. E culmino com Matt Lucas, estrela hilariante da britcom "Pequena Grã-Bretanha", que interpreta os divertidos e disparatados irmãos gémeos Tweedledee e Tweedledum.
Se quiserem revisitar os vossos sonhos de infância, povoados de personagens fantásticas em mundos de fantasia, este é o filme. Delirem e apreciem.
E não deixem de ver o videoclip da Avril Lavigne. Para mim, está um máximo e não me canso de o ver.

Away We Go - Um Lugar Para Viver


É verdade que eu sou um fã do Sam Mendes, realizador de um dos meus filmes preferidos - Beleza Americana - e até consegui gostar do emocionalmente arrasador "Revolutionary Road". Daí que não seja surpresa que eu diga bem deste Away we Go, e que eu já estivesse à espera da sua estreia em Portugal há quase um ano. No entanto, já o vi e adorei e acho que, a par com o filme de Clint Eastwood "Invictus", é um dos filmes Feel-Good do ano passado.

A história não podia ser mais ternurenta e os protagonistas mostram-nos o amor que os une e fazem-nos apaixonarmo-nos por eles e reavivam a esperança na paixão. Finalmente, um filme que não é meloso e nos faz acreditar que estes sentimentos são reais e existem!

John Krasinski (The Office, Amar é Complicado) usa a sua veia mais cómica, com muita naturalidade, enquanto que Maya Rudolph (Saturday Night Live) nos presenteia com uma personagem mais doce e profunda. Estes são um casal que tem um filho a caminho e procuram um lugar para viver. Pelo caminho, vão-se cruzando com os mais estranhos e irreverentes casais, tentando decidir onde querem viver. E enquanto que ao início, em cada lugar, estes casais nos parecem delirantemente perfeitos, tudo se prova ao contrário. Não há famílias perfeitas, nem vidas perfeitas. Há pessoas. A maioria anda perdida, sem saber bem o que anda a fazer no mundo. Outras sabem, mas não conseguem atingir o que mais desejam e tentam sobreviver à dureza da vida. E esta torna-se uma jornada de auto-conhecimento e amadurecimento e consolidação do amor destas duas adoráveis personagens.

Para mim, este foi o filme mais ignorado de Sam Mendes até agora, por ser uma comédia indie de baixo orçamento e totalmente despretensiosa, e o seu melhor desde que se estreou com "Beleza Americana" que lhe valeu o oscar de melhor realizador e o lançou para a ribalta. Talvez mesmo por ser tão despretensioso. Fez este filme para si próprio. Está no extremo oposto do seu filme anterior "Revolutionary Road" em que as personagens se precipitavam para um vácuo existencial nas suas vidas. "Away we Go" é sobre esperança e amor e aprendizagem e vida e tudo o mais.

Catherine O'Hara é uma actriz genial, que já tinhamos visto em "Juno", como a protectora madrasta de Juno, e que aqui nos consegue roubar algumas das mais delirantes gargalhadas em todo o filme. Neurótica e extravagante, tem algumas das atitudes mais irreverentes e diz algumas das maiores barbaridades, chegando a comparar as suas mamas aos tomates de um velho. As lágrimas escorriam-me pela cara, de tanto rir, por causa dela.

Maggie Gyllenhaal presenteia-nos com mais uma personagem louca e deliciosa. Politicamente incorrecta, hippie e adoradora da mãe natureza, leva os protagonistas ao limite, chegando a fazê-los perder a cabeça com ofensas que ela vai proferindo, alienada da realidade. Na verdade, eles quase lhe deviam agradecer, pela forma como se tornaram ainda mais unidos depois de se cruzarem com ela.

Termino com um apontamento a um dos últimos casais com que eles se cruzam na sua viagem. Melanie Lynskey e Chris Messina representam um dos momentos mais Heart-Breaking do filme. São talvez aqueles com que o nosso casal mais se identifica, e apesar de inicialmente parecerem viver em felicidade e harmonia, acabamos por nos aperceber da tristeza que lá está patente. No entanto, também estes se amam verdadeiramente e é esse sentimento, no qual empenham tanto do seu esforço, que os mantém unidos apesar de todas as amarguras. E, por favor, quando virem o filme, tomem atenção a uma das melhores metáforas de sempre para explicar o amor. É um dos momentos mais ternurentos e deliciosos do filme.

Vejam, apreciem e apaixonem-se. Não deixem de se apaixonar.