segunda-feira, 3 de maio de 2010

Alice in Wonderland - Alice no País das Maravilhas

Tim Burton está de volta com um dos maiores sucessos (comerciais) da sua carreira. Este filme, em parte por causa da moda do 3D, que torna os bilhetes de cinema incomportavelmente caríssimos, já atingiu os 880 milhões de dólares em todo o mundo. Claro que essa não é a única razão. O filme é brilhante. Desprende-se da história original de Lewis Carroll com muita subtileza e inteligente, transportando Alice para o início da idade adulta, em que é confrontada com todos os enigmas da adolescência e as decisões que vão definir toda a sua vida futura. Uma idade muito mais interessante do que a da Alice mais infantil da história original, em que a miudinha parecia só uma bonequinha espertinha que andava perdida num mundo de fantasia. Assim, a história deixa de ser infantil e passa a ser quase uma metáfora do desatino e confusão que é a transição para a idade adulta.
Este filme tem uma qualidade irrepreensível na forma como nos transporta para todo aquele imaginário. É Tim Burton puro. As criaturas, as cores, as personagens, as roupas, todas as cenas de acção e alienação. É tudo extravagante e perfeito na sua loucura. A direcção artística, como em todos os filmes deste realizador, é soberba. Assim como os actores.
Helena Bonham Carter continua a ser uma das minhas actrizes preferidas, desde que vi "Clube de Combate" de David Fincher. A forma como ela se transforma em qualquer personagem é incrível. O seu casamento com Tim Burton é das melhores coisas que lhe podia acontecer, porque desde que representou aquela macaquinha (mais humana do que o único humano naquele Planeta dos Macacos - Mark Wahlberg em piloto automático) teve acesso a um número infinito de personagens extraordinárias que mais nenhum outro realizador lhe poderia dar. Assim, esta Rainha de Copas é extraordinária: Divertida, assustadora e humanizada. Por detrás do seu autoritarismo impiedoso, está uma cabeçuda que sofre por ser diferente.
E, da mesma forma que uma das melhores parcerias do cinema é a de Leonardo DiCaprio com Scorsese, pode-se dizer o mesmo da formada por Johnny Depp e Tim Burton. Estes dois fazem os seus melhores trabalhos quando estão juntos. A criatividade e loucura de ambos juntam-se para criarem coisas maravilhosas. E este Chapeleiro Louco, por cheirar tanta cola tóxica enquanto fazia os seus famosos chapéus, é mais uma personagem incrível para acrescentar ao seu extenso repertório composto por piratas, assassinos e outros que tais, todos incompreendidos nos filmes em que habitam.
Concluindo, Mia Washikowska é a actriz perfeita para representar esta Alice no País das Maravilhas. Parece ter nascido para este papel, o que lhe pode vir a limitar a carreira, por ser tão jovem e bela, e a conseguirmos ver tão facilmente nos papéis mais inocentes. Anne Hathaway continua a libertar-se desse mesmo estigma, deixando a princesinha da Disney para trás e abordando personagens cada vez mais adultas e fazendo desta Rainha Branca uma representação da Bondade completamente ganzada. Não tenho outra forma de descrever a forma alienada (e original) com que esta actriz abordou o papel. E culmino com Matt Lucas, estrela hilariante da britcom "Pequena Grã-Bretanha", que interpreta os divertidos e disparatados irmãos gémeos Tweedledee e Tweedledum.
Se quiserem revisitar os vossos sonhos de infância, povoados de personagens fantásticas em mundos de fantasia, este é o filme. Delirem e apreciem.
E não deixem de ver o videoclip da Avril Lavigne. Para mim, está um máximo e não me canso de o ver.

1 comentário:

  1. Eu adorei este filme! Gosto dos filmes do Tim Burton em geral.. Mas achei este fenomenal! Aconselho vivamente a quem ainda não viu.
    Boa análise =)

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