quinta-feira, 18 de março de 2010

Oscares 2010


Olá minha gente. Sim, já venho atrasado. Já se disse tudo sobre esta cerimónia. Paciência. Eu ainda não disse quase nada. Ainda não vi o grande vencedor - "The Hurt Locker - Estado de Guerra", mas assim que puder queimar vinte euros hei-de comprar o DVD e comentarei sobre um filme que me parece perfeito (há três anos atrás eu comprava-o logo sem pensar... O que a responsabilidade faz).

Tenho pena que o "Avatar" não tenha recebido mais qualquer coisita, assemelhando-se demasiado ao que aconteceu no ano passado a um dos meus filmes preferidos - "O Estranho Caso de Benjamin Button". Ambos os filmes perderam os oscares principais para um candidato mais baratinho (não estou a dizer que "The Hurt Locker" e "Slumdog Millionaire" não merecessem ganhar. Acredito que sim. Mas se fosse por mim, o mais justo seria empatarem com os rivais. LOL). Tanto o Avatar como o Benjamin Button ficaram-se pelos três prémios, curiosamente dois deles nas mesmas categorias - Efeitos Especiais e Direcção Artística (Avatar venceu Melhor Fotografia, enquanto o Benjamin venceu o de Melhor Caracterização pela incrível transformação de Brad Pitt). "The Hurt Locker" ganhar os prémios técnicos de Melhor Montagem de Som, Efeitos Sonoros e Melhor Montagem é que foi uma surpresa para mim. Tenho que ver o raio do filme. Ando a salivar que nem um cão.

Deixando a batalha destes monstros para trás, e passando ao espectáculo em si, a dupla Steve Martin e Alec Baldwin resultou perfeita (tal como se antevia em "Amar... é Complicado"), as piadas sobre os ganzados Woody Harrelson e Jeff Bridges foram hilariantes, assim como a insinuação sobre Meryl Streep ser nomeada todos os anos para preencher o seu lugar entre as outras candidatas, os olhares invejosos trocados com George Clooney, entre tantos outros momentos. A presença dos jovens actores de High School Musical e da saga Crepúsculo é que são estranhas e podem apenas ser explicadas pela caça às audiências. O que é que aqueles manjericos estavam a fazer ali, quando não fizeram ainda nada que merecesse a sua presença entre os melhores? Peço desculpa à Kristen Stewart, que eu muito admiro pelas suas performances em "Sala de Pânico" (em que interpreta a filha de Jodie Foster) e naquelas tórridas cenas de "Into the Wild - O Lado Selvagem"... Foi uma das minhas paixões de adolescência...

Fiquei incrivelmente decepcionado por terem cortado os momentos musicais. Era muito melhor terem reduzido as apresentações aos 10 nomeados para melhor filme e terem deixado os cantores nomeados interpretarem as suas canções. Além disso, não permitirem a todos os vencedores dizerem as suas palavras de vitória na televisão parece-me falta de respeito para com pessoas que estão a viver um dos momentos mais importantes das suas carreiras. Sim, eles depois gravaram os seus discursos completos nos bastidores, os quais foram expostos na Internet... Mas sinceramente... É uma falta de tudo. Nem nos Globos de Ouro cortam o piu às pessoas de forma tão descarada.

Continuando, entre os pontos altos incluo a incrível cena de bailado para a apresentação dos nomeados para Melhor Banda Sonora. Fiquei rendido. Aqueles artistas eram mais talentosos que muita gente naquela plateia. Depois, o discurso de Sandra Bullock teve todos os ingredientes: respeito para com as outras nomeadas, humor (com as suas referências ao beijo trocado com Meryl Streep), e sensibilidade e bom senso. Jeff Bridges já merecia aquele prémio há imenso tempo e a forma descontraída com que subiu ao pódio e aceitou o prémio, saboreando todo o momento não podia ser melhor.

Finalmente, pena por "Up in the Air - Nas Nuvens" não ter vencido nada. Merecia pelo menos o Melhor Argumento, que "Juno" venceu há dois anos. E Parabéns ao espectacular Christoph Waltz! Aquilo é que é um actor! Muito merecido!

quarta-feira, 3 de março de 2010

It's Complicated - Amar... É Complicado!


Olá! Bem, decidi aproveitar uma das poucas vezes em que vejo o filme antes de toda a gente para partilhar convosco a experiência. Claro que só venho falar da dita experiência dois séculos depois de a ter vivido. O estado da minha psique não tem dado para mais. Venci um passatempo da Bertrand que me concedia dois bilhetes para a antestreia do "Amar... É Complicado!", protagonizado por Meryl Streep, Alec Baldwin e Steve Martin. Este filme foi nomeado para três globos de ouro (melhor filme de comédia, melhor actriz de comédia e melhor argumento) e foi escrito e realizado por Nancy Meyers, a criadora de um dos meus personal favourites: "Something's Gotta Give - Alguém tem que Ceder".

Numa sala de cinema quase cheia, as gargalhadas sucediam-se a um ritmo perfeito ao longo de todo o filme. Nenhum dos momentos mais divertidos nos parecia forçado ou simplesmente falso. E isso deve-se aos veteranos que estavam por detrás das personagens principais e ao argumento desta senhora que parece ter descoberto a receita da comédia romântica ideal.

Durante a cerimónia de graduação do filho, Jane (Streep) e Jake (Baldwin), divorciados durante 10 anos, decidem comemorar e a coisa acaba em pinocada. Jane fica transtornada por, após tantos anos sem qualquer relação acabar por se tornar a amante do seu ex-marido, que se encontra casado com uma mulher muito mais nova (Lake Bell), incrivelmente dominadora e obcecada em engravidar. Claro que as idas à clínica de fertilidade acabam por ser frustrantes para o cinquentão que só queria ir para a cama com uma chavala sexy, virando novamente as suas atenções para a renovada e rejuvenescida ex-mulher. Entretanto, um novo interesse amoroso surge na vida de Jane, Adam (Steve Martin) - o arquitecto que Jane contratou para lhe construir a cozinha dos seus sonhos. As peripécias vão-se sucedendo de forma imparável e as coisas ficam tão descontroladas que acabam por atingir a beira do abismo e Jane é forçada a tomar uma decisão.

Se me perguntarem se este filme é melhor que o "Alguém tem que Ceder", a minha resposta é obviamente não, mas também não é necessariamente pior. É decididamente muito bom e incrivelmente divertido. Não pelo conteúdo da história, mas pela qualidade e talento de todos os envolvidos. Os actores principais já têm tantos anos de experiência que as suas interpretações são deliciosamente descontraídas e perfeitas. Até Steve Martin, cuja imagem estava tão poluida por inúmeras personagens ridículas e histéricas, consegue neste filme uma das suas melhores e mais credíveis performances. E não nos esqueçamos dos que não são veteranos: John Krasinski (o Jim da versão americana da série "The Office" e protagonista de "Away we Go" que estreará este ano em Portugal), que interpreta o genro de Meryl e Baldwin, é dono de algumas das cenas mais hilariantes do filme.

De resto, o filme só perde alguns pontos pela visão idealista da realizadora. Tudo é perfeito. A casa perfeita, as roupas perfeitas, o jardim e a horta perfeita. Não há desarrumação, nódoas, ervas daninhas ou fruta podre. Como é que uma mulher solitária consegue tratar do seu negócio, da horta e da casa sem qualquer ajuda?... Mas isto já são mesquinhices num filme que pretende apenas entreter-nos e cumpre a sua missão com grande qualidade e alguma frescura, permitindo que o romance e a aventura também aconteça a quem já deixou a juventude e a beleza para trás.



P.S.: Não tentem beijar alguém e tossir ao mesmo tempo.