quarta-feira, 3 de março de 2010

It's Complicated - Amar... É Complicado!


Olá! Bem, decidi aproveitar uma das poucas vezes em que vejo o filme antes de toda a gente para partilhar convosco a experiência. Claro que só venho falar da dita experiência dois séculos depois de a ter vivido. O estado da minha psique não tem dado para mais. Venci um passatempo da Bertrand que me concedia dois bilhetes para a antestreia do "Amar... É Complicado!", protagonizado por Meryl Streep, Alec Baldwin e Steve Martin. Este filme foi nomeado para três globos de ouro (melhor filme de comédia, melhor actriz de comédia e melhor argumento) e foi escrito e realizado por Nancy Meyers, a criadora de um dos meus personal favourites: "Something's Gotta Give - Alguém tem que Ceder".

Numa sala de cinema quase cheia, as gargalhadas sucediam-se a um ritmo perfeito ao longo de todo o filme. Nenhum dos momentos mais divertidos nos parecia forçado ou simplesmente falso. E isso deve-se aos veteranos que estavam por detrás das personagens principais e ao argumento desta senhora que parece ter descoberto a receita da comédia romântica ideal.

Durante a cerimónia de graduação do filho, Jane (Streep) e Jake (Baldwin), divorciados durante 10 anos, decidem comemorar e a coisa acaba em pinocada. Jane fica transtornada por, após tantos anos sem qualquer relação acabar por se tornar a amante do seu ex-marido, que se encontra casado com uma mulher muito mais nova (Lake Bell), incrivelmente dominadora e obcecada em engravidar. Claro que as idas à clínica de fertilidade acabam por ser frustrantes para o cinquentão que só queria ir para a cama com uma chavala sexy, virando novamente as suas atenções para a renovada e rejuvenescida ex-mulher. Entretanto, um novo interesse amoroso surge na vida de Jane, Adam (Steve Martin) - o arquitecto que Jane contratou para lhe construir a cozinha dos seus sonhos. As peripécias vão-se sucedendo de forma imparável e as coisas ficam tão descontroladas que acabam por atingir a beira do abismo e Jane é forçada a tomar uma decisão.

Se me perguntarem se este filme é melhor que o "Alguém tem que Ceder", a minha resposta é obviamente não, mas também não é necessariamente pior. É decididamente muito bom e incrivelmente divertido. Não pelo conteúdo da história, mas pela qualidade e talento de todos os envolvidos. Os actores principais já têm tantos anos de experiência que as suas interpretações são deliciosamente descontraídas e perfeitas. Até Steve Martin, cuja imagem estava tão poluida por inúmeras personagens ridículas e histéricas, consegue neste filme uma das suas melhores e mais credíveis performances. E não nos esqueçamos dos que não são veteranos: John Krasinski (o Jim da versão americana da série "The Office" e protagonista de "Away we Go" que estreará este ano em Portugal), que interpreta o genro de Meryl e Baldwin, é dono de algumas das cenas mais hilariantes do filme.

De resto, o filme só perde alguns pontos pela visão idealista da realizadora. Tudo é perfeito. A casa perfeita, as roupas perfeitas, o jardim e a horta perfeita. Não há desarrumação, nódoas, ervas daninhas ou fruta podre. Como é que uma mulher solitária consegue tratar do seu negócio, da horta e da casa sem qualquer ajuda?... Mas isto já são mesquinhices num filme que pretende apenas entreter-nos e cumpre a sua missão com grande qualidade e alguma frescura, permitindo que o romance e a aventura também aconteça a quem já deixou a juventude e a beleza para trás.



P.S.: Não tentem beijar alguém e tossir ao mesmo tempo.

1 comentário:

  1. É claro que subscrevo tudo o que aqui escreveste! gargalhada atrás de gargalhada. e via outra vez! :)
    agora...que história é essa de beijar e tossir?! lol

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