sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Up - Altamente!


Bem, agora vou falar de uma outra comédia que nada tem a ver com a anterior (valha-nos Deus!).

Novamente, a Pixar deslumbrou o mundo inteiro com um dos melhores filmes do ano. Esta é uma maravilhosa fábula sobre a perenidade da vida e sobre saber aproveitá-la. Esta é a história de Carl Fredrickson e do seu amor pela esposa Ellie. Duas almas gémeas que se conheceram em crianças e que após uma vida inteira em que ansiavam viver ambos uma verdadeira aventura pela América do Sul, se apercebem que a vida passou e nunca concretizaram o seu sonho. É a história do pequeno Russel que tenta ser um escuteiro aventureiro na cidade de Nova Iorque, tentando obter a atenção do pai. Quando Carl, após perder a mulher e ficar a viver sozinho no seu lar cheio das recordações de Ellie, é forçado a ir para um lar de idosos, arranja uma forma engenhosa de escapar ao destino e viver finalmente a aventura da sua vida. Atando balões à sua casa, esta começa a voar e viaja rumo à América do Sul, sem se aperceber que arrastou consigo o pequeno Russel para uma enorme aventura.

Esta história talvez seja um pouco mais infantil que outras a que a Pixar já nos habituou, como À Procura de Nemo, Wall-e e The Incredibles: Os Super Heróis; mas não deixa de agradar aos mais graúdos, sendo que todos se identificam com o tema da história, as personagens são supercarismáticas e é fácil deixarmo-nos contagiar pela atmosfera da história. Penso que, tendo em conta a ingenuidade e fantasia do filme, a escolha de Pete Docter para a realização foi sem dúvida a mais acertada, que também realizou o excelente Monstros e Companhia.

Mais uma vez fomos prendados com um filme perfeito a vários níveis, técnico e artístico, com uma torrente de diversão, acção e comédia para todas as idades. Quem puder, vá vê-lo em 3D porque as imagens são espectaculares.

Fica aqui o link para os mais curiosos: http://www.apple.com/trailers/disney/up/

Bruno


Olá Pessoal!

Estive um bocado ausente, mas nem por isso deixei de ir ao cinema.

Hoje, vou falar do Bruno e vou já responder a algumas dúvidas de muita gente:

- O Borat é melhor!

- Sim, o filme segue a mesma fórmula que o Borat.

Assim sendo, Bruno é um repórter de moda que se quer tornar o segundo austríaco mais conhecido do mundo... a seguir a Hitler.

Desta forma, este é um filme que destila todas as excêntricidades e clichés atribuidos aos gays, sem ter qualquer medo de chocar os espectadores do princípio ao fim, com cenas de sexo homossexual mais ou menos explícitas, imagens fálicas, nus e enterra o dedo bem fundo no que diz respeito a preconceitos.

A ideia em si é genial. Bruno goza com todos. Homossexuais, celebridades, políticos, terroristas e todos os homofóbicos. E ninguém sai do filme indiferente. O mais fácil é sair agoniado, revoltado ou com vontade de vomitar. No cinema vi todo o tipo de reacções, desde os que se riram até chorarem, até aos que gritavam e aos que olhavam para o relógio com vontade de sair.

Onde é que este filme tropeça e cai, tornando-se inferior ao anterior filme de Sacha Baron Cohen? Na concretização da ideia. O filme é uma sucessão de sketchs humorísticos, decadentes e chocantes com um ritmo altamente irregular e um sentido de humor umas vezes melhores que outras. O argumento não tem grande conexão e nenhuma lógica. Depois de receberem uma nomeação ao oscar de melhor argumento quando fizeram o Borat, era de esperar que tentassem continuar o bom trabalho, mas o único motor deste filme é a busca da fama por este personagem, que faz as coisas mais depravadas e ordinárias para o conseguir. Ponto! A diferença entre este filme e ver Jackass é mínima.

De resto, tenho a glorificar a representação de Sacha Baron Cohen, por um papel que merecia tanto receber uma nomeação ao oscar como Robert Downey Jr pelo papel dele em Tempestade Tropical. Encarnou a personagem de forma surpreendente e horripilante, submeteu-se às mais incríveis atrocidades e até a perigos que mais nenhum actor se submeteria. Claro que a diferença entre ele e os outros actores é que foi ele a criar a personagem e a crer fazer este filme.

Cohen foi louco o suficiente para entrevistar um muçulmano suspeito de terrorismo, Ayman Abu Aita (e já recebeu ameaças da respectiva organização terrorista a que esse homem supostamente pertenceria), para envergonhar o candidato republicano à presidência dos EUA em 2008 e congressista do Texas: Ron Paul; o magnata Donald Trump, Harrison Ford, uma plateia de afro-americanos, interromper as filmagens da série Medium ou um desfile de moda em Milão...

Este é um filme não aconselhável a conservadores, mentes fechadas ou doentes cardíacos. Os que estiverem preparados psicologicamente, poderão passar duas horas hilariantes no cinema.

Fica aqui o link para quem quiser ver o trailer ou um clip do filme:

sábado, 1 de agosto de 2009

Taken - Busca Implacável


Olá Pessoal!

Sei que o filme já passou há imenso tempo pelas salas de cinema, porém, como a máquina de promoção em Portugal é uma coisa surpreendente e os títulos ainda melhores, quando o filme esteve no cinema, nunca me apercebi que o Busca Implacável, um título que faz relembrar um filme mais ao estilo Van Damme ou Stallone... ou até mesmo Schwarzenneger, era o mesmo Taken, protagonizado pelo fabuloso Liam Neeson por que eu estava à espera desde que vira o trailer. Tristeza...

Continuando. Este é um delicioso filme que comprova que a insdústria cinematográfica francesa está à altura de rivalizar com muitos dos filmes Hollywoodescos produzidos nos últimos anos. Algo que se pôde verificar quando este espectacular filme estreou nos EUA e ficou no topo do box-office, tornando-se um dos maiores sucessos do ano.

Liam Neeson, nomeado para o oscar de melhor actor pela Lista de Schindler e para o Globo de Ouro por Kinsey, ambos fantásticos papéis, interpreta neste filme Bryan Mills, um espião reformado que se tenta reaproximar da filha de 17 anos, a bela Maggie Grace que já vimos na série Lost. Esta, após o seu aniversário, pede-lhe que ele a autorize a fazer uma viagem para Paris com uma amiga, e este, pressionado pela ex-mulher, Famke Janssen (X-Men, Hide and Seek), e tentando que a filha não se afaste ainda mais dele, autoriza-a. Ela faz a viagem, mas algo corre mal e, enquanto está ao telemóvel com o pai, apercebe-se de que um grupo de homens está a entrar em casa e a querem raptar a ela e à amiga. Bryan tem 96 horas para partir para Paris e encontrar a filha, antes que esta desapareça para sempre, vendida por uma máfia de leste, que faz tráfico de mulheres.

É sem dúvida um dos filmes com mais suspense e acção que eu já vi. Liam Neeson interpreta na perfeição um homem amargurado, com o peso da idade sobre os ombros, que não olha a meios para recuperar a filha. Duro, implacável (como o ranhoso título português) e sem complacência, vai descobrindo as várias artérias desta organização ilegal na escura e fria Paris. É um filme brutal que desmascara a dura realidade do tráfico de mulheres, que é tão ignorado e está tão presente por todo o mundo. O guião é muito consistente, não enchendo o filme com diálogos desnecessários sobre os sentimentos ou as relações das personagens, sendo isso demonstrado na perfeição pela performance dos actores e pela cadeia de acontecimentos e reacções destes, nem com cenas em que as personagens reflectem sobre o tema, pois essa é a função do espectador, que pode muito bem pensar por si próprio e chegar às conclusões óbvias. Trata-se de um argumento vai directo ao ponto da questão e não tem medo de meter os dedos nas feridas. Por esta razão, os meus parabéns a Luc Besson, realizador do Quinto Elemento (com Bruce Willis e Milla Jockovich) e de Artur e os Minimeus, por ser resp. A realização deve-se a Pierre Morel, sendo este apenas o seu segundo filme. Conseguiu cozinhar um filme com uma crueza que ainda foi mais acentuada pelo uso da câmara digital, que torna as imagens tão frias como a própria cidade.

Fantástico tema, fantástico filme, fantástico actor.
Fica aqui o trailer: http://www.youtube.com/watch?v=CvUxdQ4q-Lg

Aproveito para relembrar a morte da esposa de Liam Neeson, no início deste ano, Natasha Richardson, também ela uma actriz de grande talento. A sua trágica morte resultou de um acidente enquanto praticava ski, nas suas férias em familia. Ao bater com a cabeça numa rocha, teve uma hemorragia intracraniana, que culminou na sua morte, poucas horas depois.