sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Bruno


Olá Pessoal!

Estive um bocado ausente, mas nem por isso deixei de ir ao cinema.

Hoje, vou falar do Bruno e vou já responder a algumas dúvidas de muita gente:

- O Borat é melhor!

- Sim, o filme segue a mesma fórmula que o Borat.

Assim sendo, Bruno é um repórter de moda que se quer tornar o segundo austríaco mais conhecido do mundo... a seguir a Hitler.

Desta forma, este é um filme que destila todas as excêntricidades e clichés atribuidos aos gays, sem ter qualquer medo de chocar os espectadores do princípio ao fim, com cenas de sexo homossexual mais ou menos explícitas, imagens fálicas, nus e enterra o dedo bem fundo no que diz respeito a preconceitos.

A ideia em si é genial. Bruno goza com todos. Homossexuais, celebridades, políticos, terroristas e todos os homofóbicos. E ninguém sai do filme indiferente. O mais fácil é sair agoniado, revoltado ou com vontade de vomitar. No cinema vi todo o tipo de reacções, desde os que se riram até chorarem, até aos que gritavam e aos que olhavam para o relógio com vontade de sair.

Onde é que este filme tropeça e cai, tornando-se inferior ao anterior filme de Sacha Baron Cohen? Na concretização da ideia. O filme é uma sucessão de sketchs humorísticos, decadentes e chocantes com um ritmo altamente irregular e um sentido de humor umas vezes melhores que outras. O argumento não tem grande conexão e nenhuma lógica. Depois de receberem uma nomeação ao oscar de melhor argumento quando fizeram o Borat, era de esperar que tentassem continuar o bom trabalho, mas o único motor deste filme é a busca da fama por este personagem, que faz as coisas mais depravadas e ordinárias para o conseguir. Ponto! A diferença entre este filme e ver Jackass é mínima.

De resto, tenho a glorificar a representação de Sacha Baron Cohen, por um papel que merecia tanto receber uma nomeação ao oscar como Robert Downey Jr pelo papel dele em Tempestade Tropical. Encarnou a personagem de forma surpreendente e horripilante, submeteu-se às mais incríveis atrocidades e até a perigos que mais nenhum actor se submeteria. Claro que a diferença entre ele e os outros actores é que foi ele a criar a personagem e a crer fazer este filme.

Cohen foi louco o suficiente para entrevistar um muçulmano suspeito de terrorismo, Ayman Abu Aita (e já recebeu ameaças da respectiva organização terrorista a que esse homem supostamente pertenceria), para envergonhar o candidato republicano à presidência dos EUA em 2008 e congressista do Texas: Ron Paul; o magnata Donald Trump, Harrison Ford, uma plateia de afro-americanos, interromper as filmagens da série Medium ou um desfile de moda em Milão...

Este é um filme não aconselhável a conservadores, mentes fechadas ou doentes cardíacos. Os que estiverem preparados psicologicamente, poderão passar duas horas hilariantes no cinema.

Fica aqui o link para quem quiser ver o trailer ou um clip do filme:

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