domingo, 24 de janeiro de 2010

Nove - Nine


Oi Pessoal!

Ando a tentar actualizar-me nos filmes que ultimamente têm assaltado os nossos cinemas e esta semana que agora terminou fui ver o último filme de Rob Marshall, vencedor do oscar de melhor filme e melhor realização por "Chicago" (algo que actualmente é considerado uma das maiores injustiças de sempre na atribuição destes cobiçados prémios) e também realizador do interessante "Memórias de uma Gueixa".

Este senhor tem muita habilidade no que diz respeito a abrilhantar as performances dos seus actores e, verdade seja dita, os seus filmes são extremamente agradáveis ao olho (algo que se deve agradecer mais ao director de fotografia do que ao realizador). Os cenários parecem tirados de postais turísticos, extremamente bem iluminados, coloridos e brilhantes, o guarda roupa é sempre deslumbrante e o elenco é composto maioritariamente por gente gira. "Nine" é o exemplo perfeito do que acabei de descrever. Raramente se encontra um filme tão bem filmado, com tantas actrizes lindíssimas (Oh, Meu Deus, até faz doer o coração ver sem poder tocar. LOL) e tudo tão bem filmado e iluminado. Dá realmente vontade de visitar Itália.

"Nine" é a história de um realizador italiano, Guido, interpretado por Daniel Day-Lewis ("Haverá Sangue", "O Meu Pé Esquerdo", "Em Nome do Pai", "Gangs de N.Y.", etc...), considerado o melhor artista cinematográfico deste país, que se encontra numa terrível crise pessoal e criativa, não conseguindo corresponder às expectativas que todos têm sobre ele, nem preparar um filme que deverá começar a filmar dentro de poucos dias. Ao longo do filme, percebemos que o seu problema principal, como o da maior parte dos homens à face da Terra, prende-se com o seu relacionamento com as mulheres. Vamos, portanto, ao longo do filme, conhecendo as mulheres da sua vida - a esposa, interpretada por Marion Cotillard ("La Vie en Rose" e "Inimigos Públicos"); a amante, interpretada pela Penélope Cruz ("Vicky Christina Barcelona", "Volver", "Vanilla Sky"/"Abre Los Ojos", ...); a mãe, Sophia Loren (eterna diva do cinema italiano, vencedora do oscar por "La Ciociara" em 1960); a musa dos seus filmes, Nicole Kidman (Moulin Rouge, As Horas, Austrália); a directora artística dos seus filmes e amiga, Judi Dench (vários "007" no papel de M, "Notes on a Scandal", "Pride and Prejudice", "Shakespeare in Love, ...); a atraente jornalista americana, Kate Hudson (maravilhosa em "Quase Famosos" e subvalorizada em montes de comédias românticas...) e, finalmente, a rapariga que o despertou para as maravilhas do sexo oposto, Fergie (vocalista dos Black Eyed Peas, já tendo participado em "Poseidon").

Pois, muito bem, uma história destas, bem contada, podia dar um grande filme. Nem que fosse uma grande comédia. Contudo, Rob Marshall concentrou-se tanto em fazer um filme bonito com gente bonita, que se esqueceu que estava a contar uma história. A verdade é que as cenas musicais interrompem o fio narrativo, em vez de contribuirem para acção. Sempre que alguém canta, a acção pára e temos cinco o mais minutos de música e dança. Eu não sou um apreciador do "Chicago", mas pelo menos, nesse filme, a música fazia parte da acção. Neste, as cenas musicais apenas servem para representar os sentimentos de cada personagem e a natureza das suas relações interpessoais. Não há uma boa articulação entre as cenas que se dizem "reais" e as "musicais", tornando este filme pobre, com um argumento fraco. Como se perde metade do filme a cantar músicas, algumas delas excessivamente longas, com estrofes que se repetem interminavelmente, as personagens nunca chegam a desenvolver-se o suficiente, nunca se diz o que há para dizer, nunca se faz o que há a fazer.

Seja como for, os actores são, todos eles, espectaculares, sem excepção. Marion Cotillard arrasa com tudo na sua segunda sequência musical "Take it all" e consegue exprimir todo um enorme rol de emoções enquanto canta, de acordo com a sua personagem, o que não é para todos! Nicole Kidman continua lindíssima, mas está subaproveitada, aparecendo só lá para o final. Penélope tem aqui um papel diferente do habitual, sendo uma mulher casada, mas apaixonada por Guido, que não deve muito à inteligência. A sua sequência musical "A Call from the Vatican" é extremamente sensual (e sexual), mas perde-se por ser tão longa. Talvez a mais sexy de todas tenha sido Kate Hudson com o seu "Cinema Italiano" em que canta e dança com uma energia avassaladora e consegue contagiar todos os espectadores com o seu cabelo louro esvoaçante. As veteranas Sophia Loren e Judi Dench são as que cujas sequências musicais menos marcam, possuindo, no entanto, um forte peso dramático no filme. Daniel Day-Lewis é, como em todos os seus filmes, perfeito para este papel, encarnando verdadeiramente a sua personagem. Só é pena que a personagem não seja perfeita para o talento dele... Finalmente, termino com a assombrosa Fergie! Meu Deus, que mulher! LOL. Para mim, a cena em que aparece é a melhor do filme e possui toda a energia e o verdadeiro espírito italiano que o filme pede e não tem. Fergie canta "Be Italian" com uma voz que nunca se ouviu nas músicas dos Black Eyed Peas e tem uma presença carnal naquele palco que nos faz perceber a importância que ela teve na vida de Guido, sendo ele ainda uma criança quando a conheceu. Verdadeiramente poderosa! Pode aparecer em mais filmes se representar sempre assim!

E a cena "Be Italian" interpretado pela Fergie: http://www.youtube.com/watch?v=H5bbuXndMW4&NR=1&feature=fvwp

2 comentários:

  1. mas tu acreditas q mm sabendo que o filme nao vale os 5euros, apetece-me ir velo?! nem que seja pela penelope cruz e pela marion...lol!
    e pelas roupas...noutra vida acho q trabalhei num cabaret :P

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  2. lol. acredito. não é mau de todo. apenas não é suficientemente bom. lol. Mas vê. é apenas a minha opinião. e em termos de entretenimento e gente gira, é melhor do que muitos filmes que já fui ver.

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