domingo, 25 de outubro de 2009

Taking Woodstock + Arena

Bem, pessoal, admito que nas últimas semanas não tenho escrito muito neste blog, mas nem por isso deixei de ir ao cinema.

Taking Woodstock foi, sem dúvida, um dos melhores filmes que vi este ano e, talvez, um dos que mais prazer me deu ver nos últimos anos. O mesmo não posso dizer da curta-metragem portuguesa, de seu nome "Arena", que é projectada antes do filme.

"Arena" é a tão badalada curta-metragem portuguesa que venceu a Palma de Ouro no festival de Cannes deste ano. Trata-se de uma história sobre um tipo que está em prisão domiciliária, em que, para quem não sabe, é o criminoso tem uma pulseira electrónica no pé e não pode sair de casa, caso contrário a políca é alertada da fuga. Ora este tipo tem contas a acertar com uns miúdos marginais que vivem no seu bairro e que numa cena "extremamente violenta" o agridem "brutalmente". Espero que a ironia da minha adjectivação tenha ficado bem realçada através do uso das aspas. LOL. Porquê ironia? Porque o filme, apesar das suas boas intenções (retratar a violência nos bairros sociais lisboetas, e a forma como tudo começa na infância) é uma treta! Desnecessariamente contemplativo, é um filme que se perde em imagens sem significado ou qualquer interesse. E o final é completamente anti-climático, algo que nalguns filmes é fantástico, mas neste é... uma treta! Puro preciosismo artístico que nem interessa ao menino Jesus! O filme pretendia ser realista. Não É! Pretendia ser artístico! Não É! É longo apesar da sua duração, não conta história nenhuma, tem interpretações medíocres e não convence ninguém! Eu já vi um retrato mais convincente da violência na Feira da Ladra! É um filme tipicamente português que não acrescenta nada de novo ao cinema nacional.

Vamos esquecer este desastre e passar a um filme verdadeiramente Bom!

"Taking Woodstock", nomeado para a Palma de Ouro de melhor filme, é baseado na história verídica de Elliot Tiber, um homem que vivia com os seus pais e tentava que o motel deles não fosse hipotecado, que convidou os organizadores do Festival de Woodstock a fazerem o concerto na terra dele e como tal foi uma das peças fulcrais na realização do supra-sumo de todos os festivais, no quente verão de 1969. Esta é uma comédia em que o festival de música não é o mais importante, mas o desenvolvimento de todas aquelas personagens que estavam aprisionadas a vidas vazias e sem sentido e que naquele curtíssimo período de tempo se redescobriram umas às outras e a si próprias. O protagonista, perfeitamente interpretado por Demetri Martin, é um jovem designer que desistiu dos seus sonhos para apoiar os pais, pensando que eles nunca sobreviverão sem eles, sendo também um homossexual não assumido. Imelda Staunton (vencedora de oscar por "Vera Drake") é a mãe implacável, com quem ninguém se quer meter, uma personagem incrível interpretada pela actriz perfeita. O pai é um pobre homem que durante o festival vai recuperando a vitalidade e a vontade de viver, além de finalmente voltar a reforçar os laços paternais com o filho. Quero ainda apontar o incrível Liev Schreiber ("The Manchurian Candidate" e "Wolverine"), que é a grande surpresa do filme, interpretando Vilma, um veterano travesti. E os actores secundários completam um elenco fresco e brilhante, desde Eugene Levy ("American Pie"), a Emile Hirsch ("Into the Wild") e Paul Dano ("Little Miss Sunshine" e "There Will Be Blood").

Ang Lee (realizador de "Brockeback Mountain", "O Tigre e o Dragão", "Sensibilidade e Bom Senso, "Hulk"...) fez um dos seus melhores filmes, comprovando que é um dos maiores realizadores da actualidade. Um filme cheio de Paz, Amor, Música e todos aqueles valores "hippies" que tanta gente não soube entender.

Um filme imperdível. Deixo-vos aqui o link para verem o trailer: http://www.youtube.com/watch?v=TlLD_7k68BM

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