domingo, 8 de novembro de 2009

The Soloist - O Solista


O realizador britânico de "Atonement - Expiação" e de "Orgulho e Preconceito", Joe Wright, fez o seu primeiro filme americano e comprovou a sua qualidade e talento. O Solista não é uma obra-prima, mas foi uma óptima escolha para o realizador se transferir para Hollywood e um filme que sucede as anteriores obras deste artista com grande sensibilidade.

Esta é a história verídica de um jornalista, interpretado por Robert Downey Jr. (nomeado ao oscar por "Chaplin" e "Tempestade Tropical" e estrela do franchise "Iron Man") que se encontra perdido no marasmo de uma vida sem grande sentido e objectivos e do sem-abrigo esquizofrénico que ele encontra na rua, interpretado por Jamie Fox (vencedor do oscar por "Ray"). Este jornalista encontra neste sem-abrigo uma grande fonte de inspiração para o seu trabalho, acabando por conseguir encontrar um sentido para a sua vida ao tentar ajudá-lo, uma vez que aquele homem tinha um incrível talento para a música, apesar de apenas ter consigo um violoncelo partido.

Ambos os actores interpretam papeis riquíssimos e conseguem insuflar-lhes vida e dinamismo. A química entre eles é inegável, enquanto a relação entre eles se transforma em amizade.

Joe Wright conseguiu criar belíssimas sequências abstractas e subjectivas, em que tentou transmitir os sentimentos e sensações transmitidas pela música a quem a tocava e a quem a ouvia. Tentar transformar a música em imagens, sons em luz, é algo quase impossível, mas este realizou tentou fundir ambas as artes numa só ao longo de um filme que nos embala e faz viajar pelos nossos pensamentos e descobrir emoção nos sons que nos rodeiam no dia-a-dia.

Pode não ser um filme tão falado/conhecido como os outros dois filmes deste realizador, mas é excelente por mérito próprio. É uma espécie de ensaio que tenta derrubar os limites do cinema e do que este nos pode proporcionar. E aposto que vai ser nomeado (pelo menos) para o oscar de melhores efeitos sonoros e som.

Façam mais filmes destes, por favor! Esqueçam J.I. Joes e Transformers. Eu gosto de blockbusters, mas o cinema parece andar com tendência para resvalar para uma zona sombria com pouco gosto e consideração pela inteligência dos espectadores (ou talvez não). Aqui temos uma obra de arte que agrada público e crítica, com uma qualidade inegável, uma história que apesar de pouco original é real e única e merece ser vista por todos.

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