sexta-feira, 17 de julho de 2009

Harry Potter and The Half-Blood Prince


Olá Pessoal!

Quando vi no cinema, há dois anos, o quinto capítulo desta saga, fiquei com a sensação de que, apesar de gostar do filme, faltava lá muita coisa e que David Yates era só um fabricante de cinema espectáculo que não estava à altura do que os filmes necessitavam para tornar realidade o que as aventuras de J. K. Rowlling têm de melhor. Era só um filme com muitos efeitos especiais e uma boa diversão de verão. Nada mais.

Ontem, fui surpreendido ao ver Harry Potter e o Príncipe Misterioso, realizado novamente por David Yates. Um filme de uma qualidade superior à de todos os seus predecessores, a vários níveis.

Os efeitos especiais, surpreendentes, não são o principal desta fita. Servem o filme e não o contrário. A genialidade de J. K. Rowlling, que nesta aventura conseguiu reunir elementos das histórias anteriores que nunca pensámos que tivessem relevância para o desenvolver dos acontecimentos futuros nesta intriga, foi dignificada com um filme que lhe faz justiça.

Os actores estão em topo de forma. Notamos que todos eles têm evoluido ao longo desta série de filmes e estão cada vez mais competentes. Vivem aquelas personagens, com uma confiança notável, demonstrando todo um enorme rol de emoções, desde a paixão, à tristeza, passando pelo amadurecer, enquanto passa pela trágica viagem pela adolescência até se tornarem adultos.

É uma história que, apesar de estar coberta por uma atmosfera sombria, correspondente ao aumento dos poderes de Voldemort e da ameaça que este representa para todos, tem muitos mais momentos humorísticos que os anteriores. Em oposição, é um filme mais assustador que muitos dos filmes de terror dos últimos tempos. Esta é também uma viagem pelos erros que cometemos na juventude, desde as paixões não correspondidas, aos namoros errados e a todas as tragédias por que os adolescentes passam.

Daniel Radcliffe está inegavelmente perfeito como Harry Potter. Rebelde, revoltado e um pouco solitário, como nos filmes anteriores, mas muito mais humano, com espaço para as brincadeiras infantis que os rapazes têm na escola, para se apaixonar verdadeiramente por alguém, para aprender a viver, com os amigos e alguns dos professores, tomando decisões e cometendo alguns erros. Emma Watson e Rupert Grint (Hermione e Ron) são os amigos que nos completam e sem os quais não superariamos as adversidades, tendo um peso cada vez mais importante na história. O Professor Dumbledore, representado na perfeição por Michael Gambon, é o professor que todos gostariamos de ter (e raramente temos), sendo um amigo e um conselheiro, sem nunca perder o respeito dos seus alunos. Horace Slughorn, representado por Jim Broadbent, é uma nova personagem na história, sendo uma adição divertida e crucial na história. Tom Felton, como Draco Malfoy, já não nos é apresentado como o menino rico mimado, mas como alguém profundamente perturbado e negro. Helena Bonham-Carter (como eu a adoro) participa muito mais neste filme, sendo contagiante a sua malvadez. Finalmente, Bonnie Wright, como Ginny Weasley, que nos filmes anteriores quase não tinha importância, faz-nos aqui perceber por que é que Harry se apaixona por ela, desenvolvendo uma personalidade mais decidida e carismática.

Este filme é um sucesso a todos os níveis. Queixa-se quem leu o livro que faltam algumas sequências mais ou menos importantes, mas dizem também que esta é a melhor adaptação dos livros de J. K. Rowlling até agora. Há também episódios que não existiam no livro, assim como algumas subtilezas e pormenores que elevam esta aventura à estratosfera.

Vou ler este e o próximo livro avidamente, aguardando pelo próximo filme (o último livro será dividido em dois filmes) que estreará daqui a 18 meses. Uma verdadeira surpresa para mim, uma vez que esperava sair da sala de cinema (esgotada) com um sabor agridoce na boca, quando afinal saí de lá maravilhado.

O melhor filme que vi este verão. (Até agora)


Ficam aqui duas cenas inéditas do filme:

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